Oceano, El Niño e chuvas: o que será de 2024?
Nos últimos meses foram publicados os prognósticos climáticos para o ano de 2024, são avaliações parciais provenientes de observações do comportamento térmico do oceano, divulgados por órgãos de pesquisas nacionais e internacionais, dando respostas diretas para a atmosfera, interferindo nas diferenças de pressões atmosféricas, temperturas da superfície do mar (TSM) e deslocamento de massas de ar. Algumas intituições de pesquisas divulgaram resultados mais otimistas sobre a ocorrencia e distribuição de chuvas no território brasileiro. Outros pesquisadores divulgaram resultados mais pessimistas sobre a presença de seca na Região Nordeste como consequencia do superaquecimento das águas superficiais do Pacífico Tropical (El Niño).
O ponto convergente entre essas as duas posições é que o cenário de El Niño está instalado, motivando reduções drásticas de chuvas no primeiro trimestre do ano na Região Nordeste e chuvas acentuadas nas regiões Sudeste e Sul do país. Alguns Estados já estudam medidas paliativas para amenizar os efeitos, mas sabemos que há zonas de riscos que colocam uma parcela da população em condições de vulnerabilidades socioambientais. Essa situação pode trazer repercussões negativas para as atividades primárias (agropecuária), pois os desequilíbrios entre os períodos chuvosos e não chuvosos no verão poderá trazer reduções da produção agrícola, acentuando os preços e impactando na difuldade de acesso e consumo desses produtos pela parcela da população com menor poder aquisitivo.
Porém, algumas avaliações sugerem que o El Niño em 2024 não deverá se intensificar, pelo contrário, estará em um processo de amenização dos seus efeitos oceanicos-atmosféricos, pois a sua ocorrencia estará atrelada a propagação das ondas de Kelvin, que é um fluxo de água fria que se desloca do Pacífico Oeste para o Pacífico Leste, aumentando a temperatura na medida em que se concentra no Pacífico Equatorial na costa oeste da América do Sul.
Dessa forma, é provável que no final do verão e início do outono de 2024 no hemisfério sul ocorram chuvas torrenciais na Região Nordeste do Brasil, que poderá prejudicar as atividades agrícolas, acentuar as crises respiratórias, contribuir para os transtornos urbanos e ocasionar desastres ambientais em áreas de riscos. Essa situação poderá ainda se repetir ou acentuar os seus efeitos por conta das mudanças climáticas antropogenicas, que define-se como a desproporção dos efeitos dos fenomenos naturais por conta das atividades antropogenicas insustentáveis. Nesse contexto, os oceanos desempenham um papel fundamental para entender essas mudanças climáticas, observando sempre (primeiramente) o comportamentos dos agentes de dimensões astronomicas e planetárias, e em seguida as repercussões que as atividades humanas podem influenciar nos sistemas naturais do planeta.
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