Em tempos de pandemia as praias são as vitimas das intervenções antrópicas


As zonas costeiras são caracterizadas por conter um crescente número de ocupações desordenadas, elevadas taxas de urbanização e de crescimento do perímetro urbano (aproximação do perímetro urbano para o ambiente praial), proporcionando uma maior concentração de serviços e pessoas, gerando pressões antrópicas no meio ambiente.
É comum a presença de desmonte de dunas. ocupação ilegal da faixa de praia, destruição de unidades geológicas, desvios ou aterros de cursos d´água, desmatamentos, dentre outros. O aumento do perímetro urbano e a sua aproximação como o ambiente praial é um fator considerável para o desequilíbrio ambiental da zona costeira.
Durante a pandemia do coronavírus a implantação do distanciamento social motivou uma gradual redução do número de frequentadores nas praias. Em alguns casos, é provável que ocorra uma "crescente recuperação da qualidade ambiental" das praias, a partir da redução de efluentes domésticos e nos descartes de lixos. Além disso, a fiscalização diária a fim de restringir o acesso para as praias reduziu o tráfego de veículos na faixa de praia e inibiu a extração ilegal de areia.
Entretanto, mesmo com a implantação das medidas de isolamento social as diversas obras de ocupação costeira não cessaram as suas atividades, em alguns casos foram intensificadas ou retomadas. A flexibilização das leis ambientais motivou uma maior ação dos empreendedores, intervindo de forma maciça em áreas ambientalmente vulneráveis e protegidas por lei. Em outras palavras, o confinamento social favoreceu a ativação de muitos projetos ilegais, anteriormente engavetados.
Na imagem abaixo podemos observar o uso de tratores na destruição dos eolianitos das paleodunas Cascudo de Fogo em Icaraí de Amontada (Ceará), no dia 27 de abril de 2020. 


FONTE DA IMAGEM: O POVO ONLINE. Órgãos denunciam destruição da paleoduna Cascudo do Fogo, em Icaraí de Amontada. Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/ceara/2020/04/27/orgaos-denunciam-destruicao-da-paleoduna-cascudo-do-fogo--em-icarai-de-amontada.html. Acessado em: 20 de maio de 2020

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