Salinas: um mau necessário? 

É comum a presença de salinas na zona costeira do Brasil. São importantes atividades econômicas que movimentam a economia local e regional, caracterizando-se por ser investimentos que gera emprego e renda. A intensificação da extração do sal marinho é o resultado da alta demanda do mercado consumidor, desenvolvendo as regiões onde há essa extração. O sal é então visto como um "ouro branco", significando um importante recurso econômico que historicamente favoreceu diversos investidores. Mesmo operando ilegalmente em algumas situações, há sempre a possibilidade de ocorrer "vista grossa" nas periódicas fiscalizações pelos órgãos ambientais competentes, favorecendo assim na continuidade destas atividades econômicas. 
Porém, até que ponto esse desenvolvimento econômico é benéfico? Sabemos que sem fiscalizações ou regulações destas atividades a intensificação da operação das salinas se tornam fatores que ameaçam o equilíbrio natural das planícies fluvio-marinhas. No Ceará, a massiva presença das salinas nas margens dos rios causa problemas de assoreamentos, desgastes do solo a partir da supressão da vegetação de mangue, problemas na qualidade da água e a destruição do habitat dos inúmeros seres vivos. 
Em muitos lugares o abandono das diversas salinas que atuavam ilegalmente representam potenciais fatores de desequilíbrios ambientais, sentidos em perspectivas graduais. A recuperação destas áreas naturais também é gradual, devendo ser acompanhado pelos órgãos ambientais competentes, com periódicos estudos científicos a fim de se diagnosticar a atual situação. Mesmo sendo uma relação altamente relativa, é possível afirmar que o valor pago para conservar estas áreas será bem menor do que o valor dado para recuperá-las, claro que dependendo de cada situação imposta.
Fica a pergunta sobre o grau de investimento impostos na construção de salinas: será que este preço vale a pena ser pago a longo prazo? 

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