O processo de emagrecimento das praias

A baixa competência do fluxo hídrico dos rios temporários no semiárido cearense é ocasionado pelos irregulares índices pluviométricos (chuvas). No período de baixa vazão (no segundo semestre) há um acentuado déficit sedimentar para as regiões costeiras, influenciado pela redução da quantidade de chuvas. 
Esse déficit sedimentar torna-se ainda mais acentuado diante das diversas intervenções antrópicas nas margens dos rios, tais como: desmatamento, barragens, salinas, carcinicultura, urbanização das margens, etc. Tais intervenções antropogênicas tornaram-se comuns na medida em que as regulamentações e fiscalizações ambientais foram "afrouxadas". A busca pelo progresso econômico e a luta contra o "xiismo ambiental" foram as respostas dadas por alguns representantes políticos para legitimar estes processos de uso e ocupação. 
Nessa história, as praias sentirão de forma direta os desequilíbrios dos processos de transporte e deposição de sedimentos. O constante déficit sedimentar promoverá o emagrecimento das praias, modificando sua fisiografia (tornando-a mais inclinada), alterando a hidrodinâmica das ondas e acentuando os efeitos erosivos. Estas são as consequências do uso irracional dos recursos naturais, que tornam-se ainda mais claras e acentuadas com o passar do tempo.
Esse problema só será enxergado pelo poder público quando as estruturas públicas ou privadas estiverem condenadas pela erosão do mar. No litoral cearense, é possível detectar inúmeros empreendimentos demolidos pela força das ondas, obrigando os órgãos públicos a reverem seus projetos de uso e ocupação na área. 
Segue logo abaixo a reportagem da TV Verdes Mares sobre o avanço do mar na Praia de Icaraí, em Caucaia - CE (Foto), demolindo as estruturas presentes sobre a linha de costa. 



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