O óleo nas praias do Nordeste e a negligência do poder público

O segundo semestre do ano de 2019 ficou marcado pelo maior desastre ambiental registrado nas praias do Nordeste brasileiro, atingindo boa parte da costa nordestina e chegando a alcançar as praias na região Sudeste. Esta contaminação não ficou apenas na faixa de praia, adentrou nos rios e atingiu ecossistemas estuarinos, um ambiente sensível e importante que abriga diversas espécies florísticas e faunísticas, um verdadeiro berçário natural! 
Mesmo com a mobilização de diversos colaboradores e voluntariados a retirada do óleo foi uma tarefa difícil e perigosa, pois a consistência aparentemente plasmática dificultava o manuseio e o descarte do material, além das propriedades químicas do óleo que ameaçava a saúde das pessoas. Porém, era justa esta urgente mobilização, mesmo sem os equipamentos necessários para a realização da tarefa, uma prova de dedicação e sensibilização para com o ambiente marinho. 
O que é revoltante nessa história é a omissão e a indiferença feita pelo poder público (governo federal). Foi necessário que esta situação chegasse em estado de alerta para que as autoridades públicas se articulassem. Neste caso, se apresentaram dois problemas (que não são de hoje!): a ineficiência e a negligência do poder público e a fragilidade operacional por parte da marinha brasileira. Aliás, não é de hoje que o governo brasileiro se omite quando o assunto é meio ambiente!
Ainda é possível detectar em alguns pontos a presença de óleo nas praias do Nordeste. Várias pesquisas já foram realizadas para identificar a origem e as formas de transporte desse material. De início os estudos foram sobre as propriedades químicas e físicas deste óleo no intuito de se descobrir sobre a sua origem. É provável que a consistência deste material seja alterada pelos agentes naturais, o que poderá afundá-lo no mar, dificultando assim a sua identificação por satélites espaciais.
As perguntas que ficam são: como recuperar e proteger a saúde da vida marinha? E o impacto sobre a produção pesqueira, quem vai ressarcir?  

A imagem abaixo retrata a retirada do óleo das praias feita por voluntários no Nordeste brasileiro (em Itapuama - PE). 


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