O nível do mar está subindo no mundo todo?

Tudo é muito relativo, construir teorias que generalizam os processos marcados por inúmeros fatores condicionantes é um profundo reducionismo! As mudanças físicas e químicas que ocorrem nos oceanos são resultados de inúmeras interações internas e externas da Terra, diferenciadas por inúmeras escalas: astronômicas, planetárias, regionais e locais. 
Para começo de conversa: é possível medir o nível do mar, mas quando se pretende fazer a média desse nível para toda a massa d´água planetária a precisão fica comprometida e a realidade distorcida! O nosso planeta é um geoide com espessura irregular da sua crosta, motivando distribuições irregulares dos oceanos. Além disso, a movimentação das placas tectônicas também influencia na irregular distribuição dessa massa d´água pelo planeta, gerando assim diferentes níveis no mundo.
As propriedades físicas também é um importante fator, pois o aumento da temperatura promove a dilatação das águas tropicais dos oceanos, motivando o aumento do nível do mar. A perda da densidade pode gerar grandes deslocamentos de massas feitas pelas correntes marinhas, atingindo de forma enérgica as zonas costeiras. Dependendo da fisiografia da plataforma continental dessas zonas costeiras, a invasão do mar poderá ser mais efetiva nas partes mais internas dos continentes. 
Em outras palavras, não é possível afirmar que o nível do mar está subindo de forma igual no mundo todo! Em alguns lugares poderá estar subindo, em outros lugares poderá haver processos de descida ou estabilização. Essa oscilação é um processo natural do nosso planeta, vários registros da variação do mar foram comprovados por estudos geológicos, principalmente nas épocas mais recentes (Pleistoceno e Holoceno). 
A discussão atual é sobre o grau de contribuição do Homem nessa oscilação, surgindo a hipótese de que a intensificação da poluição atmosférica permitiria uma maior capitação da energia dos raios solares, aumentando assim a temperatura do ar. A principal consequência seria o aumento da temperatura das águas dos oceanos (na zona fótica) e o derretimento das geleiras do tipo islands (continentais) nas zonas polares. Será preciso um maior período de tempo de observações para que se comprovem estas hipóteses.
Na imagem abaixo está a última medida do nível do mar promovida pela NASA (em setembro de 2019), registrando 96 mm (margem de erro de 4 mm). A taxa de varação está 3,3 mm/ano.






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